ISSN 2215-3535
Actualidades en Psicología, 39(138), enero-junio, 2025, 58-71
DOI: 10.15517/ap.v39i138.58266
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www.revistas.ucr.ac.cr/index.php/actualidades
Universidad de Costa Rica
Personalidade sombria e agressividade: o papel mediador
da raiva e hostilidade
Dark personality and aggressiveness: The mediating role of anger and hostility
Nathane Thereza Lopes Ferreira1
https://orcid.org/0000-0002-4015-1095
Layrtthon Carlos de Oliveira Santos2
https://orcid.org/0000-0002-9061-4879
Tamyres Tomaz Paiva3
https://orcid.org/0000-0001-9415-0963
Isabella Leandra Silva Santos4
https://orcid.org/0000-0002-6525-3733
Carlos Eduardo Pimentel5
https://orcid.org/0000-0003-3894-5790
1,2 Faculdade Integral de Patos (FIP), Centro Universitário de Patos (UNIFIP), Patos, PB-Brasil.
3 Faculdade de Enfermagem, Nova Esperança (FACENE), João Pessoa, PB-Brasil.
4,5 Faculdade de Psicología, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB-Brasil.
1 nathane-lopes3@hotmail.com 2 layrtthon.oliveira@gmail.com 3 tamyres.tomaz1@gmail.com 4 isalss2010@gmail.com
5 cep@academico.ufpb.br
Recibido: 07/02/2024. Aceptado: 22/04/2025.
Resumo. Objetivo. Este estudo objetivou vericar as relações entre os traços da personalidade sombria e as
dimensões da agressividade. Método. Participaram 208 indivíduos da população geral, com média de idade de
26.83 anos (DP = 8.99). Foram utilizadas as seguintes medidas: Dark Triad Dirty Dozen, Questionário de Agres-
sividade de Buss-Perry e questionário sociodemográco. Os dados foram explorados pelos softwares SPSS e
JASP. Resultados. Os resultados mostraram que os traços de personalidade sombria, narcisismo, maquiavelismo
e psicopatia se correlacionaram positivamente com os quatro fatores de agressividade. Além disso, os traços de
personalidade sombria apresentaram efeitos diretos e indiretos, mediados pela raiva e hostilidade, na agressão
física e verbal. Conclui-se que os sentimentos (hostis) e a emoção (raiva) podem contribuir na perpetuação de
comportamentos agressivos.
Palavras-chave. Psicopatia, narcisismo, maquiavelismo, agressão
Abstract. Objective. This study aimed to verify the relationships between dark personality traits and the dimen-
sions of aggressiveness. 208 individuals from the general population participated, with a mean age of 26.83
years (SD = 8.99). Method. The following measures were used: Dark Triad Dirty Dozen, Buss-Perry Aggression
Questionnaire, and sociodemographic questionnaire. The data were explored using SPSS and JASP software.
Results. The results showed that the dark personality traits narcissism, Machiavellianism and psychopathy were
positively correlated with the four aggressiveness factors. Furthermore, dark personality traits showed direct
and indirect eects, mediated by anger and hostility, on physical and verbal aggression. It is concluded that
feelings (hostile) and emotion (anger) can contribute to the perpetuation of aggressive behaviors.
Keywords. Psychopathy, narcissism, Machiavellianism, aggression
Personalidade sombria e agressividade: raiva e hostilidade
Actualidades en Psicología, 39(138), 2025.
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
Introdução
A Tríade Sombria da Personalidade (TSP) foi ini-
cialmente apresentada por Paulhus e Williams (2002)
em seu artigo “A Tríade Sombria da Personalidade:
Narcisismo, Maquiavelismo e Psicopatia”. Trata-se
de um modelo teórico que abrange um conjunto de
traços de personalidade de caráter antissocial, mas,
ao nível subclínico, isto não corresponde precisa-
mente a transtornos psicológicos (Lopes et al., 2016;
Paulhus & Williams, 2002). A TSP integra os traços
de personalidade psicopatia, narcisismo e maquia-
velismo. Conjuntamente, eles abarcam um núcleo
de características socialmente nocivas, caracteri-
zado por autovalorização, insensibilidade afetiva,
dissimulação, baixa amabilidade e hostilidade (Vize
et al., 2020; Paulhus & Williams, 2002). Entretanto,
cada um desses traços apresenta características
particulares (Vize et al., 2020) que os diferenciam.
A psicopatia é caracterizada pela impulsividade
e envolvimento com comportamentos impulsivos e
de risco, capacidade empática reduzida e diculda-
de em seguir normas sociais (Monteiro et al., 2023).
Indivíduos com altas pontuações nesse traço tam-
bém apresentam charme supercial, tendência a
mentir com frequência, e manipulação interpessoal
(Walker et al., 2022). Dos três traços, a psicopatia
é aquela que apresenta maior proximidade com
comportamentos antissociais e disruptivos (Paulhus
& Williams, 2002).
O narcisismo é o segundo elemento constituinte
da TSP, e é caracterizado por sentimento de gran-
diosidade, vaidade, egoísmo, exploração interpes-
soal, além de uma crença exacerbada de mereci-
mento incongruente com a realidade (Shiramizu et
al., 2019). Esse traço de personalidade também pode
ser conceituado como uma necessidade de autorre-
forço para a sua autopromoção e conança social
(Campbell et al., 2006). É interessante destacar que
estudos anteriores apontam que, em comparação
com os outros componentes da TSP, o narcisismo é
mais comumente associado a resultados positivos
nas relações interpessoais (e.g. Kowalski et al., 2016;
Rogoza et al., 2022) por sua necessidade de impres-
sionar outras pessoas e consequente sensibilidade à
desejabilidade social (Szabó et al., 2023).
o maquiavelismo pode ser identicado por
comportamento manipulador, cinismo e foco nos
próprios objetivos, mesmo envolvendo a exploração
de outras pessoas para alcançá-los (Paulhus & Wi-
lliams, 2002; Szabó & Jones, 2019). Como apontado
por Walker et al. (2022), o aspecto central do ma-
quiavelismo é uma crença na natureza transacional
de relacionamentos interpessoais. Desse modo, de
forma similar ao narcisismo, pessoas maquiavélicas
são sensíveis ao contexto social, com a diferença
de que essa percepção se dá com a mudança para
comportamentos de cooperação ou competição de
acordo com os benefícios envolvidos (Lyons, 2019).
Estudos anteriores também demonstram re-
lações entre esses traços e uma série de condutas
indesejáveis. Dentre elas estão o machismo (Gluck
et al., 2020), o desengajamento moral (Zhang et
al., 2022), a satisfação com o sofrimento dos ou-
tros (Erzi, 2020), e os relacionamentos interpessoais
oportunistas (Jonason et al., 2012). Muris et al. (2017)
também apontam que a tríade sombria pode estar
associada a diversas formas de agressão, incluindo
o bullying, a violência, estilos de vida fora do con-
texto normativo e ainda problemas na moralidade
em relação aos outros. No ambiente virtual, a TSP
também se mostra relevante, estando associada a
práticas como assédio online, compartilhamento
não autorizado de conteúdo e perseguição digital
de parceiro íntimo (Lyons, 2019; Moor & Anderson,
2019; March, 2019). Além disso, altos níveis de TSP
estão associados ao desengajamento moral e a
comportamentos de cyberagressão, inclusive entre
adolescentes, corroborando os achados das pes-
quisas mencionadas anteriormente (Zhang et al.,
2022). Esses níveis também se relacionam a com-
portamentos de autopromoção na busca de par-
ceiros íntimos em ambientes virtuais (Monteiro et
al., 2017), bem como à busca por parceiros casuais
por meio de redes sociais (Jonason et al., 2009). Em
uma metanálise realizada por Zhu e Jin (2021), foi
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
afetivo que pode resultar em uma preparação para
um comportamento brusco e grosseiro para com
o outro (Bryant & Smith, 2001; Paiva et al., 2020).
Por m, a hostilidade é caracterizada como um sen-
timento impulsionado pela raiva, consistindo num
sentimento de injustiça, má vontade e descon-
ança, como, por exemplo, o fato de se as pessoas
forem muito gentis, isso pode causar desconança
(Anderson & Bushman, 2002; Bryant & Smith, 2001;
Gouveia et al., 2009).
Partindo do pressuposto do GAM, a personali-
dade representa o conjunto de estruturas de con-
hecimento individual relativamente estável (Ander-
son et al., 2023). Essas diferenças individuais podem
impactar o comportamento de forma direta e indi-
reta: focando nos efeitos indiretos, variáveis afetivas
(como a raiva e a hostilidade) e a excitação sioló-
gica funcionam como rotas mediadoras da relação
entre as variáveis pessoais e o comportamento
agressivo (Santos et al., 2023).
Evidenciando essa estrutura teórica, Barlett e
Anderson (2012), por exemplo, vericaram os efei-
tos diretos e indiretos da abertura à mudança, da
amabilidade e neuroticismo na agressão física,
mediados pela raiva e hostilidade (Bartlett & An-
derson, 2012). Especicamente falando da TSP, em
seu estudo de validação de uma medida curta do
construto, Jonanson e Webster (2010) observaram
as seguintes correlações positivas: a psicopatia se
relacionou com a agressão física e verbal, o ma-
quiavelismo com esses fatores e a hostilidade e o
narcisismo apenas com a hostilidade. Contudo, uti-
lizando medidas mais extensas da TSP, Jones e Ne-
ria (2015) apontaram relações positivas entre todos
os traços da tríade e da agressividade, com exceção
da correlação narcisismo - hostilidade. Esses resul-
tados são corroborados por Jain et al. (2022).
No Brasil, encontramos como exemplo o es-
tudo de Cavalcanti et al. (2022) e Monteiro et al.
(2023) que investigaram as relações da TSP com a
agressão: o estudo de Cavalcanti et al. (2022) focou
apenas em um traço da TSP, o narcisismo, sendo
observadas correlações positivas com todos os fa-
demonstrado que como a agressão se manifesta
também depende da personalidade, com indiví-
duos maquiavélicos tendendo a adotar comporta-
mentos agressivos indiretos, enquanto indivíduos
psicopatas são mais propensos a comportamentos
agressivos físicos.
Diversas pesquisas internacionais, mencionadas
anteriormente, têm apontado para uma relação
signicativa entre traços de personalidade e com-
portamentos agressivos. A partir disso, formulamos
o seguinte problema de pesquisa: por que o TSP
poderia estar relacionado à agressividade? Essa re-
lação pode ser compreendida por meio do Modelo
Geral da Agressão (General Aggression Model -GAM,
Anderson & Bushman, 2002), uma meta-teoria que
busca explicar como fatores biopsicossociais, am-
bientais e proximais atuam — de forma isolada ou
em interação — para aumentar a probabilidade de
ocorrência de comportamentos agressivos (Bush-
man & Anderson, 2020).
A agressão pode ser compreendida como a ma-
nifestação comportamental resultante de processos
ligados à personalidade e às rotas emocionais en-
volvidas na ação (Barlett & Anderson, 2012; Caval-
canti & Pimentel, 2016). Logo, denimos a agressivi-
dade como qualquer ação com a intenção de causar
prejuízo a outra pessoa ou a si mesmo (Bushman &
Huesmann, 2010; Paulhus et al., 2018). Para que um
comportamento seja classicado como agressivo, é
necessário que o agressor acredite que sua ação re-
sultará, de fato, em algum tipo de dano (Anderson
& Bushman, 2002). Buss e Perry (1992), dividem a
agressão em quatro componentes: agressão física e
verbal (consideradas manifestações motoras), raiva
(um estado de excitação siológica) e hostilidade (o
componente afetivo da agressividade).
Paiva et al. (2020) e Gouveia et al. (2009) ob-
servaram em seus estudos no contexto brasileiro
sobre o tema a mesma subdivisão em quatro ca-
tegorias apresentadas originalmente. Desse modo,
a agressão física e verbal representa o elemento
comportamental do construto (Paiva et al., 2020). Já
a raiva é conceituada como elemento emocional ou
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
conômicos, predominavam pessoas pertencentes à
classe econômica média (83.7%), com ensino supe-
rior incompleto (44.7%).
Instrumentos
Dark Triad Dirty Dozen (Jonason & Webster, 2010
e validado para o Brasil por Gouveia et al., 2016)
Escala constituída por 12 itens distribuídos em
três fatores: Maquiavelismo (e.g., item 3. Costumo
bajular as pessoas para conseguir o que quero), Nar-
cisismo (e.g., item 11. Eu tendo a buscar prestígio ou
status) e Psicopatia (e.g., item 5. Eu tendo a ter falta
de remorso). Utiliza uma escala de resposta Likert
de 5 pontos, variando de 1 (Discordo totalmente)
a 5 (Concordo totalmente). Os dados empíricos do
presente estudo indicaram os seguintes ômegas de
McDonald (ω) para os fatores desse instrumento:
maquiavelismo = .79), narcisismo = .82) e psi-
copatia (ω = .65).
Questionário de Agressão de Buss-Perry (Buss &
Perry, 1992 e validada para o contexto brasileiro
por Gouveia et al., 2009)
Instrumento de 29 itens que avalia a agressão
em quatro dimensões, a saber: agressão física (e.g.,
item 1. Se alguém me bater, eu bato nele de vol-
ta); agressão verbal (e.g., item 26. Não consigo car
calado (a) quando as pessoas discordam de mim);
raiva (e.g., item 3. Alguns amigos dizem que sou
cabeça quente); e hostilidade (e.g., item 24. Quan-
do as pessoas são muito gentis, duvido de suas in-
tenções). Tais itens são respondidos em escala de
cinco pontos variando de 1 (Discordo totalmente) a
5 (Concordo totalmente). Os dados do presente es-
tudo indicaram os seguintes indicadores de cona-
bilidade para os fatores da medida: agressão física
(ω = .70), agressão verbal (ω = .65), raiva (ω = .80)
e hostilidade (ω = .73).
Questionário sociodemográco
Foram realizadas perguntas relacionadas a ida-
de, sexo, estado civil, orientação sexual, religião,
classe econômica e nível de escolaridade.
tores da escala de Buss-Perry. Enquanto que Mon-
teiro et al. (2023), por sua vez, observou correlações
positivas signicativas entre os três componentes
da TSP e os fatores da medida de agressão. Con-
tudo, nenhum dos estudos buscou testar modelos
explicativos que envolvessem a raiva e hostilidade
como rotas mediadoras, propostas pelo GAM (An-
derson & Bushman, 2002).
Assim, o presente estudo objetiva explorar as re-
lações entre os fatores da TSP e as facetas da agressi-
vidade, utilizando o Modelo Geral da Agressão como
base teórica. Ademais, com base em estudos prévios
fundamentados no GAM (Barlett & Anderson, 2012;
Cavalcanti & Pimentel, 2016), buscamos responder à
seguinte questão, ampliando os resultados já exis-
tentes: os traços da Tríade Sombria da Personalida-
de (narcisismo, maquiavelismo e psicopatia) podem
inuenciar comportamentos agressivos, tanto físicos
quanto verbais? Acreditamos que essa relação pode
ser mediada por emoções agressivas, como a raiva e
a hostilidade, como sugerido pelo Modelo Geral da
Agressão (GAM). Caso conrmemos essa hipótese,
nossa intenção é propor um modelo de mediação
para explicar a agressão, fundamentado em uma
teoria que já tem mostrado relevância também no
contexto brasileiro (Santos et al., 2023).
Método
Tipo de estudio
Trata-se de uma estudo quantitativo, de corte
transversal, exploratório e correlacional.
Participantes
Participaram do estudo 208 pessoas da popu-
lação geral, com idades variando entre 18 e 60 anos
(M = 26.83; DP = 8.99; EP = 0.62). Esse tamanho
amostral ultrapassa o necessário de N = 193 para
identicar correlações a partir de .20 com um p = .05
e um poder estatístico de .80 (Zhang & Yuan, 2018).
A maioria dos participantes eram do sexo femi-
nino (66.8%), solteira (62.5%), heterossexual (87.5%)
e de religião católica (69.7%). Em termos socioe-
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Procedimentos
O questionário foi elaborado na plataforma
Google Forms e divulgado por meio das redes
sociais dos autores (e.g., Facebook, Instagram e
WhatsApp). Informações gerais sobre o estudo, in-
cluindo os aspectos éticos conforme as Resoluções
466/12 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saú-
de (CNS) e a Carta Circular do CNS 01/2021, foram
fornecidas. Essas orientações destacaram o caráter
voluntário da pesquisa, o anonimato e o sigilo das
informações, especialmente no ambiente virtual.
Além disso, os participantes foram convidados a
concordar com o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido para dar continuidade à participação.
Os contatos dos pesquisadores responsáveis tam-
bém foram disponibilizados para eventuais dúvi-
das. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do CAAE: 90984318.3.0000.518 (sob o
parecer nº 2.716.07).
Análise de dados
Os dados foram tabulados e analisados no sof-
tware SPSS (Statistical Package for the Social Scien-
ces), em sua versão 23. Foram realizadas análises
de estatísticas descritivas para caracterização da
amostra, teste de normalidade (Kolmogorov-Smir-
nov e Shapiro-Wilk) e correlação não-paramétrica
de Spearman (Schober, et al., 2018). O programa
JASP foi utilizado para realização de análises de
mediação (Hayes, 2013), usando o estimador Maxi-
mum Likelihood (ML), bem como realizamos o cál-
culo dos ômegas de McDonald dos fatores das me-
didas utilizadas no estudo, com objetivo de vericar
dedignidade. Para essas últimas análises, foi em-
pregada a técnica de reamostragem para corrigir a
distribuição dos dados.
Resultados
Antes de realizar as análises correlacionais entre
as variáveis do estudo, foi vericada a distribuição
dos dados. Os testes de Kolmogorov-Smirnov e
Shapiro-Wilk indicaram não normalidade para to-
das as variáveis (p < .05). Diante desse resultado,
optou-se pela utilização das correlações não pa-
ramétricas de Spearman, cujos resultados estão
apresentados na Tabela 1.
Sumariamente, os resultados das análises de co-
rrelação mostraram que todos os traços sombrios
de personalidade se correlacionaram positivamente
e de maneira estatisticamente signicativa (p < .05)
com os quatro fatores da agressão. As relações mais
fortes entre os construtos deram-se entre Narcisis-
mo e Agressão Física (ρ = .37) e entre Psicopatia e
Hostilidade (ρ = .36).
Variáveis M DP MAQ PSI NAR AV AF RAI HOS
MAQ 1.48 0.75 -
PSI 1.68 0.78 .44** -
NAR 2.44 1,11 .29** .28** -
AV 2.86 0.94 .24** .33** .24** -
AF 1.85 0.65 .34** .30** .37** .51** -
RAI 2.72 1.08 .27** .35** .31** .62** .60** -
HOS 3.13 0.82 .37** .36** .32** .55** .52** .64** -
Nota. MAQ = Maquiavelismo; PSI = Psicopatia; NAR = Narcisismo; AV = Agressão Verbal; AF = Agressão Física; RAI
= Raiva; HOS = Hostilidade.
** p < .01
Tabela 1. Estatísticas descritivas e correlatos de personalidade sombria da agressão
Personalidade sombria e agressividade: raiva e hostilidade
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MAQ
PSI
NAR
HOS
AF
RAI
.27*
.22*
.17*
.07
.00
.33*
.30*
.14*
.20*
.20*
.16*
.45*
.15*
.43*
Figura 1. Modelo de mediação da personalidade sombria e agressão física
Nota. Maq = Maquiavelismo; Psi = Psicopatia; Nar = Narcisismo; Hos = Hostilidade; Rai = Raiva; AF = Agressão Física.
*p < .05.
Em seguida, testou-se um modelo de mediação
tendo os fatores da tríade sombria como variáveis
independentes, a raiva e a hostilidade como variá-
veis mediadoras e a agressão física como variável
dependente. Utilizou-se a técnica de reamostragem
do Bootstrap com 1000 simulações. Os efeitos di-
retos padronizados indicaram uma associação po-
sitiva estatisticamente signicativa entre o traço de
Maquiavelismo e a Agressão Física = .17, IC 95% =
[.025, 0,372], p < .033). Observou-se ainda um efei-
to de mediação da Raiva na relação entre Psicopatia
e Agressão Física (β = .128, IC 95% = [.046, .240], p <
.004), bem como efeitos indiretos positivos do traço
de Narcisismo sobre a Agressão Física, também me-
diados pela Raiva (β = .087, IC 95% = [.032, 0,158], p
< .003). Esses achados sugerem que níveis mais ele-
vados de Raiva estão associados a um aumento da
Agressão Física entre indivíduos com maiores esco-
res em Psicopatia e Narcisismo. O modelo proposto
explicou 40% da variância na Agressão Física. Todos
os efeitos estimados estão detalhados na Tabela 2.
A Figura 1 apresenta o modelo testado e os efeitos
totais padronizados para a Agressão Física.
Com a nalidade de predizer a Agressão Ver-
bal, também os três fatores da tríade sombria en-
traram como variáveis independentes do modelo
de mediação, enquanto a Raiva e a Hostilidade
como variáveis mediadoras. Utilizou-se novamente
Bootstrap com 1.000 simulações de reamostragem.
Apesar de não ter sido vericado nenhum efeito di-
reto signicativo, foram vericados diferentes efei-
tos indiretos na Agressão Verbal.
Vericaram-se efeitos indiretos positivos da Psi-
copatia sobre a Agressão Verbal, mediados tanto
pela Raiva (β = .134, IC 95% = [.053, .242], p < .004)
quanto pela Hostilidade = .075, IC 95% = [.025,
.162], p < .003). De modo semelhante, observou-se
que o Narcisismo também apresentou efeitos indi-
retos positivos sobre a Agressão Verbal, mediados
pela Raiva (β = .091, IC 95% = [.035, .159], p < .003)
e pela Hostilidade (β = .046, IC 95% = [.015, .097], p
< .020). Esses achados indicam que níveis mais ele-
vados de Psicopatia e Narcisismo estão associados
a um aumento na Agressão Verbal, sendo essa re-
lação mediada por estados emocionais como Raiva
e Hostilidade. O modelo testado explicou 44% da
variância da Agressão Verbal, 20% da variância da
Hostilidade e 18% da variância da Raiva. Na Tabela
3 podem ser vistos os efeitos diretos, indiretos e
totais (efeitos diretos + efeitos indiretos). A Figura
2 apresenta o modelo testado e os efeitos totais
padronizados a respeito da Agressão Verbal.
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95% CI
Estimativas SE Z p Inferior Superior
Efeitos diretos estimados da tríade sombria na agressão física
Maquiavelismo → Agressão Física 0.179 0.084 2,132 .033 0.025 0.372
Psicopatia → Agressão Física 0.001 0.081 0,015 .988 -0.159 0.206
Narcisismo → Agressão Física 0.079 0.053 1,490 .136 -0.047 0.190
Efeitos indiretos estimados da tríade sombria na agressão física
Maquiavelismo Hostilidade Agressão Física 0.023 0.018 1.280 .200 0.001 0.076
Maquiavelismo → Raiva → Agressão Física 0.062 0.043 1.436 .151 -0.013 0.148
Psicopatia → Hostilidade → Agressão Física 0.049 0.027 1.796 .072 0.003 0.127
Psicopatia → Raiva → Agressão Física 0.128 0.045 2.856 .004 0.046 0.240
Narcisismo → Hostilidade → Agressão Física 0.030 0.017 1.764 .078 0.004 0.071
Narcisismo → Raiva → Agressão Física 0.087 0.030 2.933 .003 0.032 0.158
Efeitos totais estimados da tríade sombria na agressão física
Maquiavelismo → Agressão Física 0.264 0.098 2.702 .007 0.031 0.459
Psicopatia → Agressão Física 0.178 0.092 1.932 .053 -0.016 0.398
Narcisismo → Agressão Física 0.196 0.060 3.243 .001 0.068 0.307
Tabela 2. Resultados do modelo de mediação para a Agressão Física
MAQ
PSI
NAR
HOS
AV
RAI
.27*
.22*
-.01
.01
.12
.33*
.30*
.14*
.20*
.20*
.16*
.45*
.23*
.45*
Figura 2. Modelo de mediação da personalidade sombria e agressão verbal
Nota. Maq = Maquiavelismo; Psi = Psicopatia; Nar = Narcisismo; Hos = Hostilidade; Rai = Raiva; AV = Agressão Verbal.
*p < .05.
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95% CI
Estimativas SE Z p Inferior Superior
Efeitos diretos estimados da tríade sombria na agressão verbal
Maquiavelismo → Agressão Verbal -0.018 0.081 -0.220 .826 -0.192 0.143
Psicopatia → Agressão Verbal 0.127 0.078 1.618 .106 -0.036 0.286
Narcisismo → Agressão Verbal 0.012 0.051 0.236 .813 -0.093 0.118
Efeitos indiretos estimados da tríade sombria na agressão verbal
Maquiavelismo Hostilidade Agressão Verbal 0.036 0.025 1.460 .144 0.003 0.109
Maquiavelismo → Raiva → Agressão Verbal 0.065 0.045 1.442 .149 -0.025 0.160
Psicopatia → Hostilidade → Agressão Verbal 0.075 0.031 2.433 .015 0.025 0.162
Psicopatia → Raiva → Agressão Verbal 0.134 0.046 2.905 .004 0.053 0.242
Narcisismo → Hostilidade → Agressão Verbal 0.046 0.019 2.355 .019 0.015 0.097
Narcisismo → Raiva → Agressão Verbal 0.091 0.030 2.985 .003 0.035 0.159
Efeitos totais estimados da tríade sombria na agressão verbal
Maquiavelismo → Agressão Verbal 0.083 0.100 0.834 .404 -0.110 0.264
Psicopatia → Agressão Verbal 0.335 0.094 3.573 < .001 0.147 0.514
Narcisismo → Agressão Verbal 0.149 0.061 2.417 .016 0.020 0.276
Nota. SE = Erro padrão; Z = Escore; p = Nível de signicância; CI = Intervalo de conança.
Tabela 3. Resultados do modelo de mediação para a Agressão Verbal
Discussão
O presente estudo teve como o objetivo explo-
rar as relações entre os traços da personalidade
sombria (Paulhus & Williams, 2002) e os fatores da
agressão (Buss & Perry, 1992), buscando também
investigar o papel mediador da raiva e da hostilida-
de na relação entre a TSP e a agressão física e ver-
bal. Os resultados indicaram que esses traços expli-
cam de maneira signicativa uma porcentagem da
variância das quatro subdivisões da agressividade,
vericando-se correlações e efeitos indiretos. Assim,
o presente estudo traz dados que contribuem para
o avanço das pesquisas sobre a relação persona-
lidade e agressão, ainda pouco explorada fora do
contexto norte-americano. Essas informações serão
discutidas mais detalhadamente a seguir.
A relação entre a Tríade Sombria da Personali-
dade (TSP) e a agressividade está de acordo com
estudos prévios sobre o tema (e.g., Kavanagh et al.,
2013; Moor & Anderson, 2019; Pailing et al., 2014), os
quais indicam que indivíduos com escores mais ele-
vados nesses traços tendem a apresentar compor-
tamentos violentos com maior frequência e inten-
sidade. Especicamente, em pesquisas que utilizam
os fatores de Buss-Perry, os achados do presente
estudo corroboram os resultados de Jones e Neria
(2015) e Jain et al.(2022), com a exceção de que es-
ses estudos não identicaram relações signicativas
entre o narcisismo e a hostilidade. No entanto, nos-
sos resultados obtidos mostraram que a TSP está
relacionada com todos os fatores de agressividade
de Buss-Perry. Em consonância com esse achado,
estudos conduzidos no contexto brasileiro também
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
tas ou fantasias de superioridade são ameaçadas,
evitando comportamentos violentos na maior parte
do tempo devido à sua preocupação com a própria
imagem (Lyons, 2019; Szabó et al., 2023).
Após vericar a signicância das correlações,
foram testadas relações de mediação com base
em estudos anteriores utilizando o Modelo Geral
da Agressão (GAM; Barlett & Anderson, 2012; Ca-
valcanti & Pimentel, 2016), os quais indicam que
emoções como raiva podem mediar os efeitos in-
diretos de traços de personalidade sobre compor-
tamentos agressivos, tanto físicos quanto verbais.
Diante desse modelo vericou-se um efeito direto
do maquiavelismo sobre a agressão física — sendo
este o único efeito direto identicado no presente
estudo. Isso indica que escores elevados em ma-
quiavelismo predizem diretamente, de forma signi-
cativa, níveis mais altos de agressão física.
Embora o maquiavelismo seja amplamente rela-
cionado ao planejamento estratégico e ao foco em
metas de longo prazo, esse traço também está asso-
ciado a uma propensão à agressão, principalmente
quando essa pode ser exercida com baixo risco de
retaliação (Burtăverde et al., 2016; Farrel & Vaillan-
court, 2021). Indivíduos com altos escores em Ma-
quiavelismo tendem a adotar estratégias indiretas e
manipulativas, dicultando tanto a detecção quanto
a reação por parte das vítimas (Zhu & Jin, 2021). Ao
evitarem confrontos diretos, esses indivíduos re-
correm a táticas mais sutis, como a manipulação e
engano com a nalidade de alcançar seus objetivos
pessoais (Bryan et al., 2023), o que, por sua vez, re-
duz a probabilidade de punição ou represália (Bur-
tăverde et al., 2016; Farrel & Vaillancourt, 2021; Zhu &
Jin, 2021). Nesse sentido, os resultados do presente
estudo sugerem que a expressão da agressão física
por indivíduos maquiavélicos não necessariamente
depende de estados emocionais, como a raiva ou a
hostilidade; ao contrário, pode ser guiada por uma
manipulação racional voltado ao comportamento
da ação, que no caso seria a agressão física. Em al-
guns casos, tais indivíduos podem até mesmo in-
duzir sentimentos de culpa na própria vítima como
têm evidenciado correlações consistentes entre os
traços sombrios de personalidade e diferentes ma-
nifestações da agressividade (Cavalcanti et al., 2022;
Monteiro et al., 2023).
A relação entre a TSP e agressividade pode ser
justicada por uma tendência a comportamentos
antissociais, diculdades com questões de morali-
dade, baixa empatia e diminuição do remorso: pes-
soas muito caracterizadas por esses traços podem
experienciar consequências problemáticas em inte-
rações interpessoais (Lyons, 2019). Adicionalmen-
te, de um ponto de vista teórico, a personalidade
impacta a probabilidade de agressão por agrupar
as estruturas de conhecimento do sujeito, afetando
assim sua percepção do contexto e seu comporta-
mento de resposta a esta (Allen et al., 2018).
Com isso, a psicopatia no presente estudo apre-
sentou as relações mais moderadas com todos os
fatores da agressão. Um estudo de meta-análise
sobre agressão e violência interpessoal discute que
apesar de toda a tríade estar relacionada a essas
tendências, a psicopatia é o traço mais relevante,
apresentando um maior poder de predição e atos
mais cruéis (Muris et al., 2017). Esse resultado rela-
ciona-se com o fato desse traço de personalidade
ser marcado por desrespeito aos direitos e senti-
mentos de outros, calosidade emocional e impulsi-
vidade comportamental (Coyne et al., 2010; Paulhus
& Williams, 2002).
Por m, entre os três componentes da Tríade
Sombria da Personalidade, o narcisismo apresen-
tou uma relação fraca com a agressão verbal. Esse
achado é consistente com um estudo sobre violên-
cia que utilizou medidas diretamente relacionadas
à frequência de comportamentos agressivos, o qual
também identicou que o narcisismo se diferencia
dos demais traços da tríade nesse aspecto (Pai-
ling et al., 2014). Pesquisas adicionais (e.g., Moor
& Anderson, 2019; Pruysers et al., 2019) reforçam
essa perspectiva, apontando o narcisismo como o
traço mais adaptativo do grupo. Nesse sentido, in-
divíduos com traços narcisistas tendem a agir de
forma agressiva principalmente quando suas me-
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
forma de legitimar ou perpetuar seus comporta-
mentos agressivos (Farrel & Vaillancourt, 2021).
Por outro lado, tanto a psicopatia quanto o nar-
cisismo impactaram a agressão física de forma indi-
reta, por meio da mediação da raiva e da hostilida-
de. Essa emoção desempenha um papel central na
modulação da probabilidade de comportamentos
agressivos, justicando sua função mediadora na
relação entre traços de personalidade e agressão
(Quan et al., 2022). Especicamente, indivíduos
com altos níveis de psicopatia são caracterizados
por baixo remorso, impulsividade e comportamen-
tos de risco — fatores que estão diretamente as-
sociados à maior propensão à agressão (Ashton,
2013). Diferentemente da hostilidade, que envolve
sentimentos de injustiça ou suspeita em relação aos
outros (Anderson & Bushman, 2002; Bryant & Smi-
th, 2001; Gouveia et al., 2009), a agressão motiva-
da por traços psicopáticos e narcisistas tende a ser
mais direta e egocêntrica, desconsiderando as con-
sequências para os outros. Essa relação tem sido
amplamente corroborada pela literatura, conforme
evidenciado por meta-análises recentes (Blais et al.,
2014; Geerlings et al., 2020; Zhu & Jin, 2021).
No que diz respeito ao narcisismo, indivíduos
com altos níveis desse traço tendem a não apre-
sentar comportamentos agressivos quando são
elogiados ou reconhecidos socialmente. No entan-
to, situações que frustram suas expectativas narcísi-
cas podem desencadear reações agressivas (Jones
& Neria, 2015). Como destacado por Lyons (2019),
esses contextos geram intensos sentimentos de rai-
va, o que aumenta a probabilidade de comporta-
mentos impulsivos e agressivos entre pessoas com
alto narcisismo. Esse mecanismo pode explicar por
que, no presente estudo, o narcisismo impactou a
agressividade apenas de forma indireta, por meio
da mediação da raiva, corroborando com a pesqui-
sa de Guerra e White (2017), em que a raiva é ativa-
dora para comportamentos reagentes.
No que tange especicamente à relação entre
Psicopatia, Raiva e Agressão, Guerra e White (2017),
com base no Modelo Geral da Agressão (Gene-
ral Aggression Model GAM), identicaram que a
ruminação da Raiva intensica a associação entre
Psicopatia e Agressão Reativa. Nesse contexto, in-
divíduos com altos escores em Psicopatia tendem a
reagir de maneira agressiva diante de provocações,
uma vez que suas respostas emocionais são mais
facilmente ativadas por meio de estímulos. Con-
tudo, no presente estudo, não foram observados
efeitos diretos signicativos da Psicopatia sobre a
Agressão Física. Consideramos que essa ausência
de associação possa estar relacionada à medida
utilizada, dado que algumas evidências apontam
que a escala Dirty Dozen avalia predominante-
mente o fator de Antagonismo, um entre os cinco
domínios centrais da Psicopatia (Miller et al., 2012).
Assim, embora a Dirty Dozen seja reconhecida por
sua praticidade e brevidade na avaliação da Tría-
de Sombria, recomenda-se que pesquisas futuras
empreguem instrumentos mais abrangentes para a
mensuração da Psicopatia, a m de aprofundar a
compreensão sobre os mecanismos que vinculam
esse traço a comportamentos agressivos.
Quanto à agressão verbal, todas as relações com
os traços da psicopatia do narcisismo foram mediadas
pela raiva e pela hostilidade. A psicopatia foi o pre-
ditor mais forte da agressão verbal, condizente com
os resultados apresentados por Webster et al. (2016).
Vericaram-se também, efeitos indiretos do narcisis-
mo na agressão verbal mediados pela raiva e pela
hostilidade. Burtăverde et al. (2016) argumentam que,
embora indivíduos com traços narcisistas tendem a
apresentar impulsividade e maior suscetibilidade à
raiva quando percebem sua autoestima ameaçada,
sua elevada autopercepção de superioridade pode,
em determinadas circunstâncias, funcionar como
um fator inibidor de comportamentos agressivos
que envolvam dano físico. Essa forma pode explicar
o porquê os narcisistas diminuírem a agressão física
e preferirem por agressões menos diretivas como a
verbal, pois permitem que mantenham ainda sua in-
tegridade moral diante de outras pessoas.
Apesar dos resultados observados contribuírem
com a ciência psicológica, este estudo não está li-
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INTRO MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO REFERÊNCIA
vre de limitações. Pode-se destacar, principalmente,
o uso da amostragem por conveniência, que pode
impactar os dados obtidos. Outra limitação do es-
tudo diz respeito ao delineamento correlacional e
ao uso de medidas de autorrelato, o que impede
a inferência de causalidade nas relações observa-
das. Além disso, por se tratar de um tema sensí-
vel, as respostas podem ter sido inuenciadas pela
desejabilidade social — um fenômeno comum em
pesquisas desse tipo. Diante disso, recomenda-se
que estudos futuros explorem a relação entre a
Tríade Sombria da Personalidade (TSP) e a agres-
sividade por meio de delineamentos alternativos,
como experimentos ou estudos longitudinais, que
permitem maior controle sobre variáveis externas.
Ainda assim, reforça-se a relevância de pesquisas
correlacionais, especialmente em fases explorató-
rias, por seu papel fundamental na identicação de
padrões e hipóteses a serem testadas posterior-
mente. Além disso, poderia também explorar as
relações entre esses construtos em contextos es-
pecícos da agressão (e.g. violência entre parceiros
íntimos, bullying, cyberagressão, etc.), como forma
de analisar de que modo a personalidade sombria
e características associadas interferem nas peculia-
ridades desses contextos, principalmente em Países
Latino-Americano.
Mesmo considerando as limitações apresenta-
das, o presente estudo fornece dados acerca da
literatura brasileira sobre os construtos relaciona-
dos, que podem ser úteis na atuação prática de
prossionais da psicologia. Especicamente, desta-
ca-se a importância de intervenções psicoeduca-
tivas focadas na diminuição da raiva e hostilidade,
considerando seu papel mediador. Pode-se con-
cluir que o objetivo do estudo foi cumprido, des-
tacando o papel de características individuais na
perpetuação de comportamentos agressivos. Por
m, uma das grandes contribuições do estudo é a
sua realização com uma amostra latino-americana,
o que amplia a relevância dos achados para con-
textos socioculturais muitas vezes sub-representa-
dos na literatura internacional
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